segunda-feira, 14 de julho de 2014

Desafio de Costura história #13: Abaixo de R$22

Cumprindo mais uma etapa do Desafio de Costura Histórica (todas os posts relacionados estão sob o marcador HSF). O tema dessa quinzena é 'abaixo de R$22' (U$10, no original), ou seja, eu teria pensar em alguma peça história que fosse barata de fazer.

Número do desafio: #13
Tecido: percal
Molde: desenhei o mel próprio baseado em imagens de peças da época
Ano da peça: indefinido, século XVIII mesmo
Materiais utilizados:  percal, elástico, renda de algodão, fita de cetim
Quão historicamente correto é?: 70% *
Total de horas para finalização: Aprox. 6h
Quando utilizou pela primeira vez: Ainda não usei
Custo total: Aprox. R$15

*Como eu cálculo a acuidade histórica: 25% aparência, 25% materiais, 25% técnicas, 25% modelagem.

Para esse desafio pensei em fazer alguma roupa de baixo, onde eu poderia usar o percal (tecido de algodão geralmente utilizados pra lençol), por render bastante ser bem leve. Já que eu estou fazendo um traje rococó, fiquei de fazer uma chemise, que já queria a tempos. Já é a terceira chemise que eu faço, a primeira tem um post aqui. 

É difícil ver imagens de chemise sem que tenham o stays por cima, mas eu juntei alguns exemplos que me inspiram  para o modelo na imagem acima.

Chemises (também chamadas de shift) em geral são peças mais tranquilas de fazer, acho que o mais trabalhoso mesmo é a questão dos recortes. Como é tudo bem quadrado, precisei usar fita de cetim para ajustar a peça na gola e elástico na manga. 

Molde, corte e construção: 



Antes de tudo resolvi desenhar a chemise pra fazer o plano de corte e modelagem pra poder definir as medidas que seriam usadas e pra facilitar na hora do corte e costura. Não fiz o molde no papel e depois do desenho e alguns cálculos fui direto no tecido mesmo. Ainda pretendo fazer um tutorial completo então não vou em estender muito na construção.

Edit: link para o tutorial: http://jlperipecia.blogspot.com.br/2014/12/tutorial-chemise-rococo.html

Resultado:



Estou satisfeitíssima com o resultado! Ainda nem provei, mas colocando na Jurema (a manequim), já percebi que ficou do jeito que eu queria, não mudaria nada numa próxima vez. 

Referências:


Até o final do mês eu venho com o tutorial e mais fotos, aí coloco o link aqui nesse post.

sábado, 12 de julho de 2014

As aventuras de Juliana na Terra Média e o que ela encontrou por lá - Parte I

          Meus lindos

          Era uma vez uma pessoa que ficou sabendo dos filmes d'O Senhor dos Anéis e pensou "só vou assistir quando ler os livros". Mas passariam anos até que ela de fato cumprisse essa promessa.
          Porque sim, eu só fui conhecer de fato O Senhor dos Anéis em 2014, depois de 13 anos desde o lançamento do primeiro filme. Antes disso eu só estava a par dos memes relacionados à trilogia. Decidi que esse seria o último ano pra ler porque eu queria ver o O Hobbit no cinema, e só faria isso se tivesse lido a trilogia + O Hobbit (sim, eu tenho essa mania). Bem, agora eu quero ler outros livros do Tolkien mas isso é assunto pra outro post.
          Aqui vou falar sobre as minhas impressões e considerações sobre os livros e os filmes. Não vou dar sinopses de nada porque né, não acho necessário.

A Sociedade do Anel: 

        Tenho sentimentos conflitantes em relação a esse livro, porque foi o que mais me deu trabalho pra ler. Eu simplesmente achava cansativo e não conseguia avançar na leitura. Levei 4 meses pra ler as primeiras 300 páginas (e ao mesmo tempo li outros livros inteiros), por mais que achasse a escrita boa. Mas depois das 300 páginas...boom! Algo em mim deu um click e eu passei a ficar viciada em SdA e a devorar os livros. Durante a leitura, me vi apaixonada pelos hobbits, principalmente o Pippin, que acho uma graça! Sendo que antes de começar a ler simpatizava mais com os elfos por motivos de: Orlando Bloom.
       No primeiro livros temos já a noção da grandiosidade dessa jornada e os sacrifícios que serão necessários. Os mapas acabam sendo essenciais para entender a história e a viagem dos personagens através de diversas regiões e culturas da Terra Média.

Citações preferidas:

" - Desonesto é aquele que diz adeus quando a estrada escurece - disse Gimli
  - Talvez - disse Elrond-, mas não jure que caminhará no escuro aquele que não viu o cair da noite"
"Pouco importa quem seja o inimigo, se não pudermos vencer seu ataque - disse Gandalf"
"O que quer que aconteça, é preciso trilhar o caminho escolhido pela necessidade" Gandalf"
"- Realmente, o mundo está cheio de perigos,mas ainda há muita coisa bonita, e, embora atualmente o amor e a tristeza estejam misturados em todas as terras, talvez o primeiro ainda cresça com mais força" Haldir
"O trabalho que nunca se começa é o que mais demora pra terminar. " Sam

As páginas com minhas citações preferidas marcadas com post-its,
repare como o primeiro livro está mais 'sujinho', devido ao tempo manuseando-o.

As Duas Torres: 

       Com um gostinho de "quero mais" na boa, tratei logo de devorar o segundo livro, que levei 10 dias pra ler (note a diferença no ritmo de leitura). Esse é o livro mais fino da trilogia, e eu fiquei ansiosa durante toda a leitura, com a comitiva separada e as dificuldades que cada um enfrentava sozinho. Pra mim é o livro mais pesado dos três. A essa altura eu já estava shippando loucamente Sam x Frodo, além de admirar muito o primeiro, e já me sentia envolvida na história por detestar o Gollum como se estivesse lá. E é nesse livro que li uma das coisas mais assustadoras de toda a minha vida de leitora: a cena em que a Laracna aparece. Quase tive calafrios, rs.

Citações preferidas:

"pois aquele que dá o primeiro golpe, se o golpe tiver força suficiente, pode não precisar dar mais golpes." Gandalf
"Não é seguro se aproximar de um animal selvagem acuado" Gandalf
"Os traiçoeiros estão sempre desconfiados" Gandalf.
"A mão queimada ensina melhor. Depois disso o conselho sobre o fogo chega ao coração" Gandalf
"Muitos que vivem merecem morrer. E alguns que merecem morrer vivem. Você pode dar-lhes vida? Então não seja tão ávido para condenar à morte em nome da justiça, temendo sua própria segurança." Gandalf
"Eu o amo. Ele é assim, e algumas vezes isso se manifesta, de alguma forma. Mas eu o amo, quer isso aconteça ou não." Sam.
"Ficaria muito satisfeito em vê-lo dormindo. Eu ficaria vigiando; e de qualquer forma, se o senhor se deitar perto, com meu braço envolta do seu corpo, ninguém poderia tocá-lo sem que o seu Sam ficasse sabendo" Sam

O Retorno do Rei

    O último livro da lista eu também achei bem ligeiro, e foi o que eu li mais rápido (7 dias). Me surpreendeu o fato de a cena na montanha da perdição acontecer na metade do livro, mas o Tolkien dedica as últimas páginas pra fechar com chave de ouro. Eu particularmente achei o final muito bom, o que só reforça o caráter épico dessa saga. Destaco o final de Frodo (apesar de meu ship não ter se tornado cannon </3), do Sméagol, e da Éowyn, foram perfeitos. O Retorno do Rei terminou pra mim como um lembrete de que mesmo com a guerra vencida, não significa necessariamente que todos viveram felizes para sempre ou que sacrifícios não foram necessários.
     E ainda tem apêndices de A a F, contando sobre a história da Terra Média, as raças e suas histórias e línguas, até mesmo os anões que não ficam muito em evidência durante a trilogia têm sua história e árvore genealógica descrita. Nenhuma ponta fica solta, e é aí que você percebe toda a grandiosidade do mundo que o Tolkien criou. Como uma amiga disse, é um livro que você gosta ainda mais quando termina.

Citações preferidas:

" - Logo pode chegar um tempo - disse ele - em que ninguém retornará. Então haverá necessidade de valor sem fama, pois ninguém se recordará dos feitos realizados na derradeira defesa de suas casas. Apesar disso, os feitos não serão menos corajosos por não serem celebrados" Aragorn
" - O que teme, senhora? - perguntou ele
  - Uma gaiola - disse ela"
" Pela manhã os conselhos são melhores, e a noite altera muitos pensamentos" Théoden.
" A necessidade não aceita a demora, mas antes tarde do que nunca" Éomer
" Mas o auxílio que chega sem ser esperado é duplamente abençoado" Éomer
" Estou contente por tê-lo comigo. Aqui, no fim de todas as coisas, Sam." Frodo
" Muitas pessoas gostam de saber de antemão o que vai ser servido à mesa, mas aqueles que trabalharam preparando o banquete gostam de manter o segredo, pois a surpresa faz com que os elogios soem mais alto"

Filmes: 


    Irei falar sobre os três filmes como um só, porque eu acho que a qualidade se manteve a mesma em todos. Achei épico, simples assim. Acho que essa é a palavra que melhor define a grandiosidade dessa obra, como nos cenários e fotografia, ambos belíssimos e bem feitos, não há como não reconhecer a Terra Média imaginada por Tolkien em sua obra. A trilha sonora também é um espetáculo a parte, assim como os atores parecem ter sido escolhidos a dedo. As mais de 2h de cada filme não se tornam nada cansativas, de tão envolvente que é a história.Não é só um ótimo exemplo de adaptação de livros mas também um dos melhores filmes de fantasia já feitos.
      Eu assisti a versão não estendida, em um box com 6 DVDs: 3 para os filmes e 3 para os extras de cada um deles. E olha, finalmente um DVD que saciou a minha sede de making off! Mas ainda assim não satisfeita fui conferir mais curiosidades no IMDB, rs. E assim como é com os apêndices de SdA que se tem uma ideia mais clara da grandiosidade da obra, foi assistindo às entrevistas e vendo o making off que tive uma noção da grandiosidade dos filmes, com todos aqueles cenários construídos, milhares de armas e armaduras criadas, caracterizações e os sacrifícios dos atores que ficaram 2 anos juntos para filmar os 3 filmes de uma vez.
    Meu filme preferido acabou sendo o primeiro, porque senti bem o impacto dessa grandiosidade de que falo e fiquei simplesmente encantada com a forma que eles trouxeram a Terra Média pra tela ( o Condado ♥). O segundo, apesar de ainda ser épico em função das batalhas, acabou me decepcionando um pouco (apenas o suficiente pra eu dar nota 4,5 ao invés de 5/5 nele, rs) por conta das mudanças no roteiro em relação ao livro. Cenas do segundo livro estão tanto no primeiro quanto no terceiro filme.

E o que ela encontrou por lá. Concluindo:

    Definitivamente valeu super a pena a espera! Acho que a experiência de assistir a um filme depois de já ter lido o livro que o inspirou é sempre mais enriquecedora. E ao longo de meses fui de completa leiga em SdA a super fã viciada. Sem dúvidas é um dos melhores livros que já e um dos melhores filmes que assisti. Nessas últimas semanas não há um dia em que eu não pense em algum aspecto da história ou saia cantando alguma das trilhas sonoras, citando alguma fala/meme ou até mesmo imitando o jeito de falar do Gollum, hehe.
     Decidida não apenas a ler O Hobbit, decidi ler Contos Inacabados e O Silmarillion, e minha pequena coleção de Tolkien aumentou ♥  Por isso essa é apenas a parte I, é bem capaz de eu aparecer por aqui pra falar mais sobre alguma obra relacionada a Terra Média, pois já estou com saudades de lá.

Minha pequena coleção de Tolkien, que eu com certeza pretendo aumentar.




segunda-feira, 7 de julho de 2014

Contos fantásticos do século XIX.

    Seguindo a fórmula do meu post sobre contos do Oscar Wilde, uma pseudo resenha do Contos fantásticos do século XIX. Falando um pouco sobre o livro no geral e destacando alguns contos que mais me chamaram a atenção.



"O problema da realidade daquilo que se vê - coisas extraordinárias que talvez sejam alucinações projetadas por nossa mente; coisas habituais ocultem sob a aparência mais banal uma segunda natureza inquietante, misteriosa, aterradora - é a essência da literatura fantástica"


    Essa coletânea da Cia. das Letras com uma introdução e comentários antes dos contos de Ítalo Calvino (que eu recomendo que sejam lidos após a leitura dos mesmos, pra quem não gosta de spoiler) tem em suas 520 páginas 26 contos escritos no século XIX por autores de diversas nacionalidades, e eles estão divididos em dois grupos: O fantástico visionário e o O fantástico cotidiano. A tradução é feita por mais por mais de uma pessoa.

    Os contos nessa coletânea são (em ordem alfabética):
A morte amorosa, Theóphile Gautier; A história de Willie, o vagabundo, Walter Scott; A história do demoníaco Pacheco, Jan Potocki; A mão encantada, Gérard de Nerval; Amour Dure, Vernon Lee; A noite, Guy de Maupassant; A sombra, H. C. Andersen; A Vênus de Ille, Prosper Mérimée; Chickamauga, Ambrose Bierce; É de confundir!,; Auguste Villiers de I'Isle-Adam; Em terra de cego, Herbet G. Wells; O coração denunciador, Edgar Allan Poe; O demônio da garrafa, Robert Louis Stevenson; O espanta-diabo, Nikolai S. Leskov; O elixir da longa vida, Honoré de Balzac; O fantasma e o consertador de ossos, Joseph Sheridan Le Fanu; O Homem de Areia, E.T.A. Hoffmann; O jovem Goodman Brown; O nariz, Nokolai V. Gogol; O olho sem pálpebra, Philarète Chasles; Os amigos dos amigos, Henry James; Os buracos da máscara, Jean Lorrain; Os construtores de pontes, Rudyard Kipling; O Sinaleiro, Charles Dickens; O sonho, Ivan S. Turguêniev; Sortilégio de outono, Joseph von Eichendorff.


O fantástico visionário:

O Homem de Areia, E.T.A. Hoffmann

    Esse conto que começa de forma epistolar acompanha a história de Nataniel desde a sua infância, quando ele acha que um amigo de seu pai chamado Coppelius é o Homem de Areia, uma pessoa má que arranca os olhos das crianças, até a sua vida adulta quando ele viaja em função de seus estudos e conhece o Coppola, que se assemelha muito ao odioso Coppelius e acaba deixando-o perturbado. Em meio a tudo isso Nataniel conhece Olímpia, uma moça misteriosa e calada que abala seu coração mesmo ele estando noivo de Clara. O que eu mais gosto nesse conto é a atmosfera de terror que vai aumentando à medida que a lucidez de Nataniel começa a oscilar, e há um momento em que você não sabe em qual ponto de vista acreditar. 

O Nariz, Nokolai V. Gogol



  Com uma premissa no mínimo curiosa O Nariz é o conto do Gogol, um dos representantes da Rússia nessa coletânea, onde Kovalióv acorda um dia e percebe que seu nariz não está mais em seu rosto e pior, está andando pela cidade! Kovalióv por si só já é um personagem com ar cômico, com a sua mania de grandeza e vaidade, mas não é só isso que dá um ar de humor ao conto do homem que está procurando seu nariz perdido, o que acaba sendo um grande diferencial em um gênero onde os elementos sobrenaturais tendem ao horror.

A morte amorosa, Theóphile Gautier

    Esse conto escrito em 1836, Theóphile Gautier nos apresenta o esteriótipo da femme fatale personificado na Clarimonde, mulher misteriosa e sobrenatural que o jovem Romuald vê durante a cerimônia que o tornaria padre e acaba deixando-o transtornado durante várias semanas, fazendo inclusive com que ele fantasie sobre ela e passe a ter uma vida dupla. O que me chama a atenção nesse conto é justamente a vida dupla que o Romuald acaba levando, de pároco de dia e libertino à noite, e como em vários contos fantásticos, a linha entre a realidade, alucinação e fantasia não é bem definida. 

O fantástico cotidiano:

O coração denunciador, Edgar Allan Poe

   Acho que o nome de Poe já é o suficiente para dar a entender que algo é bom. Em apenas 5 páginas Poe consegue criar uma atmosfera de tensão e horror enquanto lemos o relato em primeira pessoa de um homem obsessivo que está à beira da loucura por causa de um velho, seu olho de abutre e as batidas de seu coração. Com um final surpreendente, diria que não é só um dos melhores contos dessa coletânea mas também um dos melhores que já li.

A noite, Guy de Maupassant

   Maupassant parece se aproveitar do medo do escuro, que é algo muitas vezes tido como infantil, para compor esse conto com ares de sobrenatural e horror onde um homem se encontra sozinho durante uma caminhada em Paris durante à noite. Com ótimas descrições, acaba sendo impossível não se sentir dentro dessa história.

Amour Dure, Vernon Lee

   Creio que esse conto tem um certo apelo para aqueles que são apaixonados por História. Nele, um estudante polonês chamado Spiridion conta em seu diário como em meio a suas pesquisas encontrou Medea da Carpi, mulher que viveu no século XVI cujo lema era "Amour dure - dure amour" ( amor que dura, amor cruel). Ao longo do conto vamos descobrindo mais da história dessa mulher enigmática e acompanhamos a crescente obsessão desse estudante por ela.

O demônio da garrafa, Robert Louis Stevenson

   Se assemelhando aos contos onde existe um gênio da lâmpada, Stevenson apresenta nesse conto um demônio que vive numa garrafa e concede pedidos ao seu dono sem um limite estabelecido e com apenas algumas regras: quem morrer enquanto possuir a garrafa terá sua alma condenada, e para se livrar dela é preciso que a venda por um preço menor que pagou. Keawe acaba comprando essa garrafa por cinquenta dólares e após realizar o seu desejo de ter uma bela casa a passa pra frente vendendo a garrafa para seu amigo. Mas mesmo com a sua bela casa e uma mulher que ele conhece e se apaixona, Keawe ainda tem um problema e resolve ir atrás da garrafa novamente para resolvê-lo. O Demônio da Garrafa é sem dúvidas uma ótima narrativa com suas reviravoltas e é uma daquelas histórias que faz o leitor refletir sobre o que faria se estivesse no lugar do personagem. Com certeza me fez gostar ainda mais do autor de O médico e o Monstro e sua escrita.

Em terra de cego, Herbet G. Wells


    Qualquer semelhança com "O ensaio sobre a cegueira", de Saramago, é mera coincidência. Nesse conto somos apresentados a uma vila isolada onde todos os habitantes são cegos a várias gerações, tendo assim desenvolvido muito bem os outros sentidos para que pudessem viver bem em sociedade. Essa sociedade desconhece o significado de palavras como 'ver' ou 'cego', e já não mais se lembra que um dia existiu ali pessoas que enxergavam ou que fora de seus limites existe um outro mundo. E eis que por um acaso um homem, que posteriormente é chamado de Bogotá, chega a essa vila quando cai de um penhasco e para sua surpresa percebe que é o único ali que enxerga e sabe o que há no mundo exterior. Decide então fazer valer o ditado "Em terra de cego, quem tem um olho é rei", nem que para isso tenha que usar a força. Com um ar filosófico e moral, Em terra de cego encerra com chave de outro essa coletânea.

    Contos fantásticos do século XIX é um livro mais que recomendado, que com certeza me fez colocar alguns autores numa lista mental de "levar em conta na próxima compra ou empréstimo de livro". Dou nota 4/5 a ele e fiquei com vontade de ler o Contos de horror do século XIX, outro livro da coleção listrada.

domingo, 6 de julho de 2014

Considerações sobre Transformers: A era da Extinção

 Olha eu aqui falando de um filme que não é de época ou fantasia...deve ser a primeira vez em anos, rs.



       Antes de começar acho válido apontar que esse post é apenas pra expressar a minha opinião sobre o filme, sem a intenção se ser uma crítica ou análise mais aprofundada, até porque não vejo a necessidade disso nesse tipo de filme. E eu sou fã dos filmes, logo aqui você não vai ler que os filmes são um lixo em comparação ao desenho, etc. Desculpa sociedade mas não tenho interesse nos desenhos. Teje avisado, rs.

       O filme é muito bom! Apesar de ter achado o segundo mais ou menos (seria isso uma maldição das sequências?), o terceiro foi ótimo e o quarto seguiu no mesmo nível. O enredo é genérico, e dá pra se resumir em "robôs do mal invadem a terra para acabar com os humanos e os autobots os defendem". Sim, Transformers pode não ter uma grande história, mas eu acho que os outros aspectos compensam muito bem esse fato e ela acaba nem sendo tão necessária.

Nessa imagem dá pra perceber algo que é recorrente nesse filme: as propagandas 
supostamente discretas

       Um desses aspectos sem dúvida são as sequências de ação. Apesar de o foco acabar novamente não sendo apenas nos transformers, quando estes aparecem estão muito bem animados.Os efeitos especiais são espetaculares. Sim, existem muitas explosões, mas eu particularmente adoro explosões (desculpa sociedade²) e pra mim isso não é um defeito.

      Ainda falando dos transformers, é incrível notar como eles não fazem apenas robôs genéricos para os que não são os principais (colocando aqui como principais o Optimus Prime e o Bumblebee), todos são únicos e com características bem marcadas.  Destaque para o Crosshairs que tem até um "sobretudo".

Crosshairs em uma das melhores cenas de ação

      As frases de efeitos e lições de moral ficam a cargo novamente do Optimus Prime (esse lindo!), e eu assisti ao filme dublado em português por motivos de: Guilherme Briggs, que está novamente espetacular como  Prime - não só ele como a dublagem toda está muito boa. O Bumblebee aparece como efeito cômico entre os robôs, com sua característica voz e tiradas engraçadas. Ele aparece com um visual novo após criticarem o seu antigo, o que me fez pensar que ele é extremamente vaidoso e Bumblebee acaba sendo o equivalente transformer aos adolescentes.

      E acho que a maior novidade vem dos [SPOILER] protótipos criados pelos cientistas, que conseguiram manipular o transfórmio (metal de que são feitos os transformers). E achei muito interessante como a forma como eles se transformam é diferente do resto dos robôs (eu já disse que a caracterização dos robôs são perfeitas, não?), tendo até mesmo um som diferente. E aqui ainda temos os dinobots, que são os transformers anciãos que assumem a forma de dinossauros ao invés de carros ou naves. Eles acabam ajudando o Optimus a derrotar Lockdown. [SPOILER]


Optimus Prime usando uma espada e montando um robô dinossauro,
 não consigo imaginar algo mais legal que isso.


      Para os 'robôs do mal' temos o Lockdown, que está ajudando os humanos que caçam os autobots em troca da cabeça do Prime. [SPOILER] Megatron meio que reencarna como Galvatron mas não tem muito destaque na trama, o que me faz pensar que pode vir um Transformers 5 por aí [SPOILER].

       Como elemento humano temos o trio Cade, Tessa e Shane como as pessoas que inicialmente estão ao lado dos autobots. Personagens sem muito aprofundamento, Cade é um pai 'over protective' e Tessa a adolescente rebelde que namora escondido com o Shane, o jovem adulto descolado. Do lado dos cientistas estão Stanley Tucci (esse lindo!²) como Joshua que acaba sendo o vilão com um ar cômico, numa repetição da fórmula dos primeiros filmes; e uma organização que está caçando os autobots.

Tucci interpretando muito bem o Joshua

      Eu recomendo  que assistam em 3D, vale super a pena. Mas não vejam procurando lições sobre política ou sociologia e nem esperem algo inovador e cult, mas sim aproveitem o que o filme é: um filme de ação. E nesse sentido ele cumpre sua função com louvor. Eu dou nota 4/5 nele.

     Bem, é isso. E vocês que já assistiram, o que acharam?