Os modelos que me inspiraram
Materiais:
- Tricoline, percal ou linho
- Fita de cetim, gorgorão ou barbante
- Renda (de preferência de algodão) com passa-fita
- Elástico
- Viés de algodão fino
Molde:
O molde é razoavelmente fácil de se fazer, é só tomar cuidado com as contas. Eu me baseei em imagens de chemises de museus, algumas eu ilustrei nesse post. As medidas não incluem margem de costura, recomendo deixar 1cm de margem pra juntar as peças e 3cm na barra da chemise e manga.
Os triângulos se chamam gore, nesga em português, e gussets são esses quadrados, e não sei a tradução correta.
Medidas necessárias:
De largura: ombro; circunferência: braço, quadril; comprimento: ombro - um palmo acima do joelho (ou comprimento desejado), ombro - cotovelo, ombro - 3 dedos acima do mamilo.
Na imagem tem o desenho do molde, as vezes uma imagem vale mais que mil palavras, rs. Eu achei desnecessário criar moldes em papel, fiz apenas esse esquema e depois desenhei e cortei direto no tecido.
Corte:
No final, cada parte do molde deverá ser cortada duas vezes. Pra parte das costas eu fiz um decote menos profundo, mas achei desnecessário cortar dois moldes. No decote eu fiz um corte de aproximadamente 5cm, bem no centro. Eu pensei em duas formas de organizar os moldes no tecido, na horizontal e na vertical, dependendo da largura do tecido. É importante que você não deixe nenhum na diagonal ou coisa parecida, pra que a peça final não fique torta. Uma dica é calcular o espaço que cada peça vai ocupar no tecido e fazer um plano de corte antes.
Vocês podem notar pela foto do meu corte que as negas foram cortadas de forma errada, tive que arrumar depois.
Costura:
A sequência em que eu costurei as peças foi a seguinte: mangas + corpo > gussets + manga/corpo> gores+ corpo > barra na manga, passando elástico > barra do corpo e gores > frente + costas, pela lateral do corpo e manga. A parte mais chatinha é na hora de fechar a peça, tem que tomar cuidado pro gusset ficar no lugar, mas também não é nenhum bicho de sete cabeças.
Não tem uma sequência certa, essa foi a que eu achei mais fácil de costurar, baseado em experiências anteriores. Há também quem pesponte as costuras das negas e dos gussets.
Acabamentos:
Além do elástico que eu passei por dentro da barra da manga pra franzir (que pode ser substituído por fita de cetim e barbante, nesse caso deixar um espaço aberto para puxar o cordão e amarrar), eu também passei uma costura zigue-zague em toda a costura por dentro, pra evitar que desfie. Para o decote, depois de costurar um viés em toda a borda deste, coloquei a renda pela parte de fora e passei a fita no espaço dela.
Resultado:
Dicas para algo historicamente correto:
- Costure à mão. As máquinas de costura foram inventadas muito tempo depois.
- Use fibras naturais, como algodão, seda, linho, cordão de algodão. Para a chemise é preferível o linho.
Adaptação para outras épocas e modelos:
Esse molde já vem desde os vestidos pra era medieval, e como roupa de baixo, se assemelha bastante ao modelo Elizabetano, chamado muitas vezes de shift ou smock, a principal diferença são as mangas bem mais largas e geralmente compridas, com o franzido a alguns centímetros da barra, formando um babado. O mesmo para o período barroco. Na era vitoriana algumas chemises ainda tinham essa modelagem, mas as mangas eram mais justas e curta. Para medieval, as mangas são compridas e justas, e o comprimento fica pouco acima do tornozelo. E para o barroco, mangas beeeem largas.
Referências:
La marquise
Couture Maya
Before the automobile
Espero que tenham gostado! E que o tutorial não tenha sido confuso, rs. Também estou aberta a sugestões de outros tutoriais também ^^
Acho uma peça muito bonita e penso que seria uma opção muito bonita de camisola.
ResponderExcluirHumm verdade! Não tinha pensando nisso...
Excluir